sábado, julho 23, 2005

No Bar

Fumaça, luz opaca, vozes
Cigarros e charutos
Cervejas e vódikas
Ao fundo amigos jogam dardos
Risadas - nada de engraçado
O garçom trás mais uma cerveja
Esvaziada sem nem percebermos

Conversa sobre nada
Sobre corrupção
Sobre o mensalão
Sobre o sopetão
Sobre o capitão
Sobre um montão
De coisas que
Não significam
nada.

Naquele bar
Neste bar
Em todos os bares
Amigos se encontram
Perdem-se em nada
Riem até o amanhecer
Chegam exaustos em casa
Olham pela janela
E vêem a vida
Nascendo após a morte
Mais um dia
Mais trabalho
Para juntar mais dinheiro
Para viver
E, quando sobrar
Ir no bar.

No bar
No mar
No luar
A pensar
A viver
A morrer

No nosso tempo
Vivemos como podemos
Na solidão escurecida
De cantos perdidos
Na monotonia de cada ser
Consigo mesmo
Sem nada a perder
Jogamos para o alto
Nosso tempo,
Que já se foi, num segundo
E nossas vidas morrem
Como um corpo sem sangue
A pele embranquece,
Não tem mais vida.

Vida – perdida no bar
Bebendo sobre nada
Idéias vagas, sonhos não realizados
Futuro macabro

Inteligentes ignorantes da sabedoria
Criando conceitos errados
Caem na perdição da vida
E quando se olham no espelho
Não mais vêem homens
Mas ratos ignorantes
Que se acham importantes
Na filosofia de cada dia
E já é tarde para mudar
O passado é finito
O futuro, infinito
Não se muda o passado
Mas o presente,
Para o futuro ter esperanças
De ter-te como personagem
Nesses tempos.

Vá!Saia dessa mesa
Levante essa cabeça
Perdida e embriagada
Volte a pensar
Não deixe que eu te leve
Com os meus erros
Não seja igual a mim
Não, não ouça meus conselhos
Já fui como você

Hoje sou apenas um espírito
Vagueando pelos bares
Triste e insolente
Olhar vago
A ver outros como eu
Sujos em suas ignorâncias
Teóricos de bares
Conhecedores de todos os assuntos
Mortos na ignorância

Não me ouça!
Coma sua própria comida
E sofra seu próprio sofrimento
E, no final, junte-se a mim
Mais uma alma morta
Inútil, incapaz, imperfeita.

Beba para esquecer tudo isso!
Beba para entrar na vida
Esquecer que nada te agrada
Esquecer a solidão
Esquecer que morreu
No mesmo momento que nasceu
Não se preocupe
A noite ainda não acabou
Vai durar por toda a eternidade.

Um comentário:

Anônimo disse...

AEEEEEE!!!
Finalmente vc compreende o q eu tento dizer...Eh como se a vida se resumisse ao bar...Pao e circo...Ninguem diz nada que valha a pena, nenhuma historia com um fim extraordinario, e ao fim, mesmo depois de alguns momentos de fuga, soh nos resta aquele nascer do sol...
Bom, vo parah de noia legal aquiii!!!uhauahuahuah!!Porcos voam, vacas miam e a vida continua como sapos cacando moscas!!!!
Bjo lauu!!!